Por que o Brasileirão não tem jogadores reais no EA FC? Entenda a negociação e a esperança nas novas ligas

Há quase uma década, os jogadores do Campeonato Brasileiro aparecem com nomes genéricos no game de futebol mais popular do mundo. A “Lei Pelé” é o centro do problema, mas a criação de novas ligas, como Libra e LFU, finalmente abre um caminho para a solução.

Todo ano, a pergunta ressurge entre os milhões de fãs brasileiros de EA Sports FC (o antigo FIFA): por que os jogadores do Campeonato Brasileiro não são licenciados no jogo? Enquanto escudos e uniformes dos times estão presentes, os elencos são preenchidos por atletas genéricos, uma frustração que dura desde o FIFA 16, lançado em 2015.

A resposta para esse problema histórico é complexa e envolve a legislação brasileira, mas uma luz no fim do túnel surgiu com a recente organização dos clubes em ligas.

O Problema Histórico: A “Lei Pelé” e os Direitos Individuais

O grande obstáculo para a EA Sports é a Lei Pelé. Diferente do que acontece nas ligas europeias, onde a produtora pode negociar os direitos de imagem dos jogadores de forma coletiva (comprando um “pacotão” da liga ou do sindicato de atletas), no Brasil, a lei determina que o direito de imagem pertence individualmente a cada jogador.

Isso significa que, para ter o Brasileirão 100% licenciado, a EA precisaria fechar contratos individuais com centenas de atletas, um pesadelo logístico e financeiro que já rendeu processos contra a empresa no passado. A solução mais simples para a EA tem sido, portanto, não incluir os jogadores.

A Solução no Horizonte: O Papel das Novas Ligas

A esperança de uma solução concreta surgiu com a criação das duas ligas de clubes no Brasil: a Liga Forte União (LFU) e a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). A ideia é que essas entidades, futuramente unificadas, possam centralizar a negociação dos direitos coletivos de imagem dos atletas, criando um interlocutor único com quem a EA Sports possa negociar, assim como faz na Premier League ou em LaLiga.

Qual o Status Atual das Negociações?

As conversas já começaram, mas ainda estão em fase embrionária.

  • A LFU confirmou ao Lance! que o tema “é relevante” e que “as conversas estão acontecendo, mas ainda em estágio inicial”.
  • A Libra também já teve contatos preliminares com a EA, mas sem grandes avanços até o momento.
  • A EA Sports, por sua vez, mantém a postura oficial de que “não comenta sobre rumores ou especulações”.

Apesar da ausência da liga licenciada, o Brasil segue sendo um mercado crucial para o game, com a forte presença de Ídolos como Pelé, Ronaldo e Ronaldinho no popular modo Ultimate Team e a realização de eventos de marketing no país. Agora, resta aos fãs aguardar para saber se as novas ligas conseguirão, finalmente, trazer o Brasileirão de volta, por completo, aos gramados virtuais.

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